Sene

Nome científico: 
Senna alexandrina Mill.
Família: 
Leguminosae
Sinonímia científica: 
Cassia angustifolia M.Vahl
Partes usadas: 
A maioria das Farmacopéias inclui o fruto e folhas. No Brasil registram-se as folhas.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Derivados de antraquinona e seus glicosídeos (senosidas ou senna glicosídeos).
Propriedade terapêutica: 
Laxante, purgante.
Indicação terapêutica: 
Prisão de ventre.

Origem, distribuição
Nativa da Ásia Tropical.

Nome em outros idiomas

  • Inglês: alexandrian senna, bombay senna, india senna
  • Alemão: alexandrinische senna

Descrição
É subarbusto Caesalpinaceo, caracterizado por talos e ramos eretos, cor pálida e folhas compostas amarelo-esverdeadas. As flores são pequenas, agrupadas em racimos (cachos) e o fruto membranoso e deiscente.

Uso popular e medicinal
Senna alexandrina é usado na medicina atual como um laxante (atua no intestino grosso), sendo especialmente útil no alívio da prisão de ventre. Ela aumenta os movimentos peristálticos do cólon por irritação da mucosa do cólon. As plantas são geralmente preparadas como uma infusão. Os árabes já a usavam no século IX como laxante.

Tem antraquinona (antrocenosídeos: os princípios ativos mais importantes, os senosídeos A, B, C e D que são substâncias amarelas bem cristalizáveis, solúvel em álcool e pouco solúveis em água, isolados pelo químico suíço Stoll em 1949) e antraquinonas livres como a crisofanol e reina; tem 2,5% de hidratos de carbono: mucilagem, galactoman (galactose e manose) e açúcar livre: flavonoides (kempferol, isoramnetina e outros), óleo essencial, ácido crisofânico, ácido salicílico, saponina, resina, fitosteroides, 10% de minerais e naftalenos.

É emunctorial intestinal por excelência por ação de glicosídeos antraquinônicos: doses baixas têm efeito laxante e doses elevadas fazem-no funcionar como purgante. Os frutos têm efeitos mais suaves do que as folhas.

Segundo estudos científicos os senosídeos, inativos, são reduzidos no intestino a 8-glucosil-reinantrona e a seguir à reinantrona, que aumenta o peristaltismo e depois oxida as senidinas A e B que atuam especificamente sobre a secreção no intestino grosso, inibindo a reabsorção de água e aumentando a de potássio. 

No Nordeste da África existe uma variedade C. acutifolia Delile com composição química similar a anterior mas com efeitos menores; e a Senna corymbosa (Lam.) H.S.Irwin & Barneby (cassia, rama negra ou sen del campo em espanhol), que cresce no Uruguai, sul do Brasil e sudeste argentino. Infusão das folhas a 1% é usada como laxante ou emoliente. Possui antraquinona, flavonoides, triterpenoides, alcaloides e antocianinas.

Essas antraquinonas provaram ter ação antiherpes simplex 1 por ruptura dos envoltórios dos vírus. A ação antibacteriana in vitro de extrato de sene também foi mostrada, bem como inibição pelo aloé-emodina em casos de leucemia P 388 em ratas.

Dosagem indicada

  • Infusão. Na medicina caseira é usado como laxante em infusões a 1% ou 0,5 a 1 g de extrato seco/dia.
  • Extrato fluido. Se optar por extrato fluido, a dose é de 20 gotas (menos de meio grama) por dia como laxante e o dobro como purgante.

 Cuidado

Em algumas pessoas a sene pode causar cólicas intestinais. Uso prolongado leva à expoliação de potássio e diminui a quantidade de globulinas no sangue. Muito tempo de uso pode causar nefrite e colite reativa ou constipação paradoxal. As antraquinonas podem alterar a cor da urina e do cólon na chamada pseudomelanose coli, que é reversível com a interrupção do uso. Passam o leite materno mas não tem concentração suficiente para alarmes.

Quem tem enterite (inflamação na mucosa do intestino), hipopotassemia (concentração sérica de potássio inferior a 3,5 mEq/1), obstrução intestinal ou hemorróidas deve-se abster de usar essa planta.

Se associar Glycirrhiza glabra (alcaçuz) ou Coriandrum sativum (coriandro), as possíveis contrações e cólicas intestinais tendem a ser menores.

 Referências

GOOGLE IMAGES de Senna alexandrina