Valeriana

Nome científico: 
Valeriana officinalis L.
Família: 
Caprifoliaceae
Sinonímia científica: 
Valeriana baltica Pleijel
Partes usadas: 
Raízes e rizomas de plantas com mais de 2 anos de idade, especialmente no verão e outono.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Óleo essencial (mono e sesquiterpenos- pinenos, canfeno, borneol, ácidos valerênicos), iridoides, ácidos fenólicos, flavonoides, taninos. Marcador: ácido valeriânico (0,8 a 1%).
Propriedade terapêutica: 
Sedativa, antiespasmódica, hipnótica, carminativa, antitabagismo.
Indicação terapêutica: 
Nervosismo, insônia, estresse, cefaléia tensional, psoríase.

Nota
Valeriana officinalis é referida em muitos trabalhos como pertencente a família Valeranaceae. Estamos registrando aqui a família Caprifoliaceae, de acordo com o sistema de classificação Angiosperm Phylogeny Group (APG III, Grupo de Filogenia das Angiospermas).

Nome em outros idiomas

  • Inglês: valerian
  • Espanhol: hierba de los gatos
  • Francês: valériane, herbe aux chats
  • Alemão: baldrian
  • Italiano: valeriana

Origem, distribuição
Europa e oeste da Ásia. Cresce em prados baixos e arenosos, em locais úmidos e sombreados, bosques, próximo de rios e riachos, em altitudes de até 2.000 m. É cultivada em diversos países europeus como Alemanha, Bélgica e Holanda, além do Japão e EUA. 

Descrição
A planta pode atingir até 1,5 m de altura. Sua raiz apresenta entre 8 e 15 pequenas raízes divergentes que, após desidratadas, despreendem um odor desagradável característico. As folhas são dispostas entre 6 e 10 pares, com bordas serrilhadas e sabor extremamente amargo.

As flores são pequenas e o fruto é seco com semente única ao redor de 3 mm, que pode ser carregada pelo vento. 

Seu nome é derivado do latin valere que significa "estar saudável". 

Uso popular e medicinal
As propriedades sedativas da valeriana são conhecidas desde a Antiguidade, figurando no livro de Dioscórides. Usada principalmente pelos espanhóis para a excitação nervosa de mulheres, foi venerada por Galeno e utilizada naquela época para epilepsia e como febrífugo em épocas de escassez de quinino. 

Durante a II Guerra Mundial, serviu para tratar a tensão nervosa originada pelos bombardeios e explosões. Os chineses a utilizam, além de sedativo, como coadjuvante nos estados gripais e reumáticos. 

A valeriana está incluída em praticamente todas as farmacopeias europeias desde 1983.

Aprovado pela Comissão E da Alemanha para nervosismo e insônia. Utilizada ainda como antiespasmódico, hipnótico, carminativo, antitabagismo (seu odor confere um sabor amargo ao tabaco) e ainda como coadjuvante em doenças relacionadas ao estresse como cefaleias tensionais, psoríase etc. Tem sido muito utilizada, portanto, como uma alternativa ao uso de sedativos sintéticos, devido aos menores efeitos colaterais e da menor dependência no uso prolongado.

Curiosidade
Enquanto nos humanos a planta proporciona efeito sedativo, nos animais ocorre o contrário, ou seja, causa forte estímulo. Os gatos ficam eufóricos quando cheiram a planta e esfregam-se contra ela com excitação. Talvez seja por essa razão que a planta é conhecida por erva-dos-gatos, com a mesma tradução em outros idiomas.

 Dosagem indicada
Insônia. Dosagem variável conforme o efeito desejado e a sensibilidade individual, sendo utilizado o extrato seco padronizado para conter 0,8 a 1% de ácido valeriânico, na dosagem de 50 a 200 mg/dose, chegando até a 400 mg uma hora antes de dormir nos casos de insônia. Pode ainda ser utilizada sob a forma de tinturas ou chás, devendo ser preferencialmente macerada e utilizado água fria e deixado em repouso durante várias horas (toda a noite, por exemplo).

Tempo de uso. Evitar o uso prolongado e em altas doses, devido a sua ação sobre o sistema nervoso central. 

Deve-se respeitar períodos de “descanso” em tratamentos prolongados, quando estes forem indispensáveis. 

 Efeitos colaterais e contraindicação
Seu uso em altas doses e por períodos prolongados pode levar a excitabilidade, náuseas, diarréia, cefaléia, tonturas, obstipação intestinal, bradicardia, sonolência, desaparecendo com a suspensão do tratamento.

Contraindicado na gravidez, lactação, doença hepática prévia e crianças (principalmente as menores de 3 anos). Evitar o uso concomitante de bebidas alcoólicas. 

 Referências

  1. TESKE, M. TRENTINI, A.M.M. Herbarium compêndio de fitoterapia. Curitiba. 4a. ed. 
  2. Fitoterapia Magistral. Anfarmag – Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais, 2005. 
  3. ALONSO, J. R. Tratado de fitomedicina – Bases clínicas e farmacológicas. Editora Isis, Buenos Aires, 1998.
  4. Imagem: Farmácia Instituto BioquímicoEmplastum Blogspot - Acesso em 31 de julho de 2013
  5. The Plant List: Valeriana officinalis - Acesso em 31 de agosto de 2015

​GOOGLE IMAGES de Valeriana officinalis - Acesso em 31 de agosto de 2015