Rubim

Nome científico: 
Leonotis nepetifolia (L.) R.Br.
Família: 
Lamiaceae
Sinonímia científica: 
Phlomis nepetifolia L.
Partes usadas: 
Planta inteira em floração
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Diterpenos-methoxynepetofolin, ácidos labdalênico, alênico, linoleico; nepetaefolinol, leonotina, leonotinina; cumarinas.
Propriedade terapêutica: 
Tônica, estimulante, diurética, febrífuga, sudorífica, carminativa, antiespasmódica.
Indicação terapêutica: 
Bronquite crônica, tosses, asma brônquica, elefantíase, hemorragias uterinas, dores reumáticas, contusões, inflamação urinária, eliminação de ácido úrico.

Nomes em outros idiomas

  • Inglês: lion´s-ear, lion´s tail
  • Francês: gros bouton, gros tête
  • Espanhol: cordón de fraile, orechio del leone, molinillo, matico (Argentina), rascamono (Porto Rico)
  • Alemão: löwenohr

Descrição
Planta sub-arbustiva, ereta, pouco ramificada, mede de 0,80 a 2 m de altura. Folhas membranáceas, simples, opostas, longo-pecioladas, de face inferior cor verde-esbranquiçada.

Flores labiadas de cor alaranjada, com sépalas terminadas em ponta aguda e áspera, reunidas em inflorescências globosas axilares distribuídas ao longo da haste, lembrando um cordão com nós usados por frades.

Caule de seção transversal quadrangular, apresenta epiderme simples com pêlos simples, pluricelulares, pêlos capitados com função glandular. Estômatos muito proeminentes, que se relacionam com o parênquima cortical rico em conteúdo lipídico, glicídico, amilífero. O tecido condutor está organizado em feixes colaterais com maior desenvolvimento nos vértices caulinares.

Planta melífera, atrai abelhas, pássaros e borboletas.

Duas espécies de Lamiaceae são conhecidas por rubim: Leonorus sibirucus (ou macaé, erva-das lavadeiras, marroio, cordão-de-são-francisco); e Leucas martinicensis (ou cordão-de-frade, catinga-de-mulata, cordão-de-são-francisco, pau-de-praga). O gênero Leonotis foi inicialmente descrito por Christian Persoon significando "orelha de leão" por causa do lábio da corola ser grande.

Uso popular e medicinal
Planta muito utilizada como tônica, estimulante, diurética, febrífuga, sudorífica, carminativa, antiespasmódica, indicada nos casos de bronquite crônica, tosse, asma brônquica, elefantíase, hemorragia uterina, dor reumática, contusão. É considerada eficiente nos casos de inflamação urinária e auxilia a eliminação de ácido úrico.

Nativos das Guianas empregam suas inflorescências para estimular a secreção da bile (ação colagoga) e melhorar a digestão.

Na região amazônica aplica-se um macerado da planta no local lesado para aliviar a dor da contusão e cicatrização.

Em outros locais (Vale do Ribeira), a infusão das folhas é usada internamente para gripes, reumatismo, hipotensão, distúrbios do estômago, dores de barriga e também como cicatrizante.

Trabalhos publicados relatam atividades broncodilatadora, antidepressiva e espasmolítica, porém não observadas atividades anti-inflamatória e diurética, ação antimicrobiana e nem antialérgica. Em 1995 um pesquisador da Universidade de Antioquia em Santo Domingo no artigo "Hacia una farmacopea caribeña" comprovou uma atividade antiedematogênica e antimicrobiana com Bacillus subtilis e Staphylococcus aureus.

Foi constatada atividade antifúngica para dois fungos do tipo queratinófilo, Microsporum gypseum e Trichophyton terrestre pelo fitoquímico nepetaefolinol. Aplicações do chá e extrato hidroalcoólico em animais de laboratório provocaram um relaxamento da musculatura lisa e aumento da força de contração do coração (in vitro).

 Dosagem indicada
A tradição popular utiliza a planta de várias formas. No Ceará o xarope das flores é indicado para problemas digestivos. Em Minas Gerais a planta florida é usada para fraqueza geral, inflamações broncopulmonares, expectorante e úlceras. No Rio Grande do Sul o chá da planta toda é tomado 2 vezes ao dia para reumatismo e 1 xícara ao dia por 2 dias como antitérmico e abortivo. No Mato Grosso o sumo da raiz amassada é usado para combater a maleita.

 Culinária
As folhas do rubim são usadas em saladas.

 Cuidado
Mulheres gestantes devem evitar o uso interno desta planta devido possível ação abortiva.

 Colaboração

  • Ana Lúcia T. L. Mota, Bióloga, São Paulo (SP), abril de 2004.

 Referências

  1. STASI, L. C.; HIRUMA-LIMA, C. A. Plantas Medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. Editora UNESP, São Paulo, 2a ed. revista e ampliada. 2002.
  2. Image: Flowering Plant Families - UH Botany - Wikimedia Commons - Acesso em 2 de julho de 2017
  3. The Plant List: Leonotis nepetifolia - Acesso em 2 de julho de 2017

GOOGLE IMAGES de Leonotis nepetifolia - Acesso em 2 de julho de 2017